terça-feira, 3 de março de 2015

Em que investe o Pequeno Investidor?

Por  - O PEQUENO INVESTIDOR

Shutterstock
Muitos leitores têm pedido que eu volte a postar minha carteira de investimentos , a fim de acompanhar melhor minha estratégia. Quem segue o blog há mais tempo sabe que era uma prática comum minha divulgar periodicamente minha carteira e resultados, mas decidi parar de fazer isso por conta de fatores de ordem pessoal que surgiram – muitas críticas, ironias e outras dissenções pouco produtivas. Mas, para saciar a curiosidade dos nossos leitores, publico hoje como está minha carteira atual, com uma discussão a respeito dos critérios que usei para montá-la.
Quem acompanhava a carteira no passado notará uma modificação profunda na composição dos investimentos em ações. Antes, eu tinha uma parte razoável dos investimentos em ativos de energia e de commodities, mas resolvi reduzir bastante minha exposição nesses setores de 1 ano e meio pra cá. No caso do setor de energia, comecei a reduzir meus investimentos depois que o governo federal passou a intervir fortemente no setor. Quanto às empresas de commodities, decidi que eram incompatíveis com minha estratégia de investimento, voltada para empresas que apresentam prognósticos de crescimento mais constantes. A exceção, aqui, é que mantenho alguns poucos ativos com objetivo exclusivamente especulativo, mas não os incluí na lista por não os considerar investimentos – e sim especulação.
O primeiro aspecto a ser salientado é que sempre procuro um equilíbrio na carteira entre ativos de renda fixa e de renda variável, seguindo a lição de Benjamin Graham, que recomenda nunca ter menos de 25% ou mais de 75% em uma ou outra classe de ativos. Atualmente, a alocação de ativos da carteira é a seguinte:
Alocação de Ativos
Ou seja, 36,8%  do meu patrimônio está alocado em renda fixa e 63,2% em renda variável.
Sempre fui muito criticado por manter um alto percentual do patrimônio em renda variável (basicamente, ações), mas acredito que a estratégia tem dado muito certo. Mas vamos analisar melhor como cada modalidade de investimento está alocada:
proporção
Aqui, é possível observar que tenho mais da metade do meu patrimônio em ações (toda a renda variável está alocada nesse mercado), sendo 51,3% em investimentos diretos em ações ou ETFs e 12% em fundos de ações. Por que faço isso? Para diversificar o risco. Por mais que acredite em minha estratégia de escolha de investimentos em ações, também sei que posso estar errado e, por essa razão, invisto também em fundos de ações. A renda fixa, por sua vez, é composta de investimentos em tesouro direto (1,2%), em debêntures (6%) e fundos de renda fixa (29,6%). Nesses fundos de renda fixa estão principalmente fundos alocados em crédito privado – mais arriscado, mas mais rentável.

Em que ações o Pequeno Investidor aplica seus recursos?

Vamos examinar agora melhor os ativos de minha carteira. Em primeiro lugar, as ações:
Ações do portfólio do Pequeno Investidor
A rigor, a carteira de ações não é composta só de ações, pois também há ETFs – SMAL11 (Fundo de Small Caps), XPTD11 (Fundo de dividendos) e IVVB11 (Fundo que replica o índice S&P 500). Esses índices compõem cerca de 17,4% da carteira de ações. Os restantes 82,6% são compostos de ações escolhidos conforme minha estratégia, e todas respeitam meus critérios de seleção, já explorados em vários e vários artigos do blog. Pela ordem de percentual dos meus investimentos, a carteira de ações está distribuída nos seguintes termos:
Distribuição percentual de ações
Como já era de se esperar, Ambev e Cielo — ações que fazem parte de meu portfólio desde o início, assim como Itaú — são as 3 primeiras. Investimentos mais recentes são CGRA3 (Grazziotin) e UGPA3 (Ultrapar), além de BBDC4 (Bradesco).

Em que ativos de renda fixa investe o Pequeno Investidor?

A minha alocação em renda fixa, por sua vez, está dividida entre fundos de investimento , tesouro direto e debêntures. Embora goste muito de FIIs, no momento não tenho investimentos nesse mercado. Os fundos de renda fixa correspondem, hoje, a 29,6% do portfólio. Por que escolhi investir tanto em fundos, não em ativos diretamente? Por um motivo principal: alguns fundos da XP (minha corretora) me dão oportunidade de investir em ativos de crédito privado que eu não poderia investir de outra forma.
Quanto às debêntures e ao tesouro direto, a distribuição do portfólio é a seguinte:
Debêntures%
TPIS2443,96%
RDVT1139,47%
AGRU123,82%
BRPR2112,74%
Tesouro Direto%
NTN-B Princ 15/05/203555,08%
NTN-B Princ 15/08/202435,70%
LTN 01/01/20189,22%
Bom, pra saciar sua curiosidade, esses são meus investimentos. Minha meta, que estou procurando ao longo dos últimos meses, é aumentar aos poucos a exposição em renda fixa, sem deixar de aproveitar oportunidades no mercado de ações. Tenho reinvestido dividendos nesse mercado para aproveitar as últimas baixas e aplicado o dinheiro das novas economias tanto em renda fixa (a maior parte) quanto em ações (uma parte menor). Também tenho uma pequena reserva em poupança, para emergências, a fim de evitar ter que resgatar dinheiro de outros investimentos para eventualidades.
PS: O fato de eu possuir esses ativos não significa que os recomende para ninguém. A decisão de investir ou não em qualquer classe de investimentos é única e exclusivamente sua. Não sou analista certificado ou autorizado e, portanto, não posso legalmente recomendar qualquer categoria de investimento. O propósito desse blog é exclusivamente educacional.