terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Entenda o conceito de renda fixa!

Por  - O PEQUENO INVESTIDOR

Para muitos, investimentos em renda fixa são aqueles em que não há risco algum de perder parte do patrimônio investido, e renda variável é a modalidade de investimento caracterizada pela volatilidade do patrimônio investido. E não é isso? NÃO!!!

a man rising coins via shutterstock.com

É RENDA fixa, não PATRIMÔNIO invariável!

Acredito que a maior parte dos brasileiros pensa que na renda fixa não há volatilidade porque toma a poupança como paradigma. Na poupança, todo mês o patrimônio é acrescido dos juros pagos, naquela velha toada de sempre. Deixado lá, o valor nominal investido está sempre subindo, subindo, subindo, ainda que devagar. Mais ou menos assim, ó:
Poupança

Mas essa é a poupança, que é apenas UM dos tipos de investimento que podemos classificar como “renda fixa”. Poderíamos ter um outro gráfico assim:
NTN-B Principal
Concentre-se no gráfico em verde. O que parece? Tudo, menos um título de renda fixa, não é? Parece um gráfico de ações? Pois então; não é. É o título NTN-B Principal com vencimento em 2035, do Tesouro Direto. Em verde está a variação do valor do título ao longo de pouco menos de um ano, entre 2012 e 25/07 de 2013.
Perceba: ambos – NTN-B Principal e Poupança são investimentos de renda fixa. Mas na poupança, não há volatilidade quase alguma. NESTE título do Tesouro Direto, por sua vez, há bastante volatilidade. Por quê? Por causa da taxa de juros! Como você pode ver no gráfico, quando os juros caem, o valor do título sobe, e vice-versa. Um é quase um espelho do que acontece no outro.
O que isso quer dizer?
Apenas uma coisa: que renda fixa não é necessariamente patrimônio que não varia de maneira volátil. Isso só acontece com a poupança e alguns outros investimentos de renda fixa, como CDB e LFT, por exemplo. O termo renda fixa diz respeito não ao valor do patrimônio, mas à renda que é gerada pelo patrimônio investido. Independentemente da taxa de juros gerada no Tesouro Direto, o investidor receberá os juros combinados no dia em que ele investiu. Na poupança, também – e em todos os outros investimentos de renda fixa.
É importante, portanto, não confundir renda com patrimônio. O que é fixo, na renda fixa, é a RENDA que é recebida ao longo dos meses – afinal, a renda a ser percebida será a combinada no momento do investimento. Mesmo que essa renda flutue ao longo do tempo, no final do prazo de vencimento, o investidor terá recebido exatamente os juros combinados. Na poupança, também – com a diferença que, na poupança, os juros são definidos legalmente e, como não variam tanto, o patrimônio investido não é afetado de maneira alguma.
Ah! E não se empolgue com o gráfico ascendente da poupança, que parece muito mais atraente que o do Tesouro Direto. Note que a curva de tempo que eu utilizei foi bem diferente nos dois casos – no caso da poupança, usei a curva de 30 anos; no caso do Tesouro Direto, usei a curva de menos de um ano. Note que, na curva da poupança, foram necessários quase 7 anos para que o capital crescesse algo em torno de 50%; no Tesouro Direto, por conta da volatilidade da taxa de juros, isso ocorreu em menos de um ano, em 2012 – antes da correção que temos visto no ano corrente.

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